O futsal masculino da Universidade
Federal do Ceará (UFC) é o melhor do meio universitário do Estado. A
confirmação disso veio com o título de campeão estadual – inédito –, invicto,
dos Jogos Universitários Cearenses (JUCS), torneio promovido pela Federação
Universitária Cearense de Esportes (FUCE), conquistado na tarde de sábado,
03/06, em partida realizada na Quadra do CEU, no Campus do Benfica. A equipe da
UFC, em partida emocionante, derrotou na cobrança de pênaltis o time da
Universidade de Fortaleza (Unifor). Com a vitória a UFC carimbou os bilhetes
para disputar a Liga do Desporto Universitário (LDU), promovida pela
Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU), no segundo semestre,
em Goiânia (GO).
Futsal masculino da UFC sagrou-se campeão estadual |
A competição contou com a
participação de sete instituições de ensino superior: UFC, Unifor, Faculdade
Lourenço Filho (FLF), Unichristus, IFCE e Fametro. Na primeira fase a UFC
enfrentou o IFCE – ganhou de 4 a 2 –, Unichristus – vitória de 7 a 1 – e Fametro
– venceu por 11 a 4 –. Na semifinal enfrentou a equipe da FLF, ganhando por 3 a
1. É da UFC o artilheiro da competição, Vicente, que anotou 8 gols. Dentre os
cinco artilheiros dos JUCS, três são da UFC – além de Vicente figuram na lista
dos cinco maiores artilheiros Adison (4º) com 3 gols e Breno (5º), com 2.
O jogo foi muito truncado e disputado |
A UFC foi a equipe com melhor ataque – 25 gols,
excetuando-se os da cobrança de pênaltis da final –. Uma campanha
irrepreensível. Chegou à final dois dias depois de uma memorável partida de semifinal,
onde derrotou a FLF por 3 a 1, jogando um futsal de alto nível. A expectativa
era grande, pois o título era inédito e vinha sendo perseguido havia anos.
A partida começou com um breve período onde as
equipes decidiram não se arriscar muito ao ataque, com muita troca de passes,
marcação e jogo truncado. Mas em pouco tempo a UFC começou a buscar o ataque,
explorando o fator de jogar em casa. Com uma equipe mais experiente, a UFC
passou a ter mais domínio de bola.
Jogadores da UFC na disputa do sábado |
Mas os passes eram trocados sem muita
objetividade. Os atletas da UFC não conseguiam encaixar o mesmo padrão de jogo
da semifinal. A Unifor vez por outra levava algum perigo ao gol do time da
casa, mas igualmente sem objetividade, pecava nas finalizações. Aos 13min47seg,
numa jogada de bola parada, o atleta Egídio abriu o marcador para a equipe
visitante. O time da casa, então, saiu para o ataque, mas esbarrava no
nervosismo de seus jogadores. A arbitragem, a exemplo do que aconteceu na semifinal,
foi confusa. Numa jogada mais disputada, um dos juízes interpretou que teria
ocorrido provocação mútua entre dois atletas e puniu com cartão amarelo os
atletas P.H. (UFC) e Leonardo (Unifor).
O time da UFC criava oportunidades de gol, mas
não conseguia finalizar com eficiência. O primeiro tempo terminou UFC 0 x 1
Unifor. Veio o intervalo e o treinador Wildner Lins – que teve de ficar nas
cadeiras, pois havia sido expulso de quadra na semifinal distribuiu bronca para
seus comandados. Corrigiu posicionamentos no ataque e defesa e cobrou empenho
dos atletas. O coordenador do Núcleo de Futebol da UFC, Clovandi Costa, também
cobrou mais vontade em quadra.
No intervalo Wildner e Clovandi cobraram atitude do time |
As broncas surtiram efeito. O time da UFC
voltou com outra postura, de dar mais velocidade ao jogo e ter mais
objetividade. As oportunidades começaram a surgir, mas errava nas finalizações.
A arbitragem voltou a se enrolar. O time da Unifor catimbava e buscava parar o jogo e retardar a retomada, simulando faltas e demorando para repor a bola. Numa dessas ocasiões, P.H. tentou cobrar com rapidez um escanteio, quando um atleta reserva dos visitantes tentou retardar, ficando próximo ao local de cobrança impossibilitando a reposição da bola em jogo. P.H. tentou afastar o oponente. A arbitragem resolveu punir o atleta da UFC com o segundo cartão amarelo, em seguida aplicando o vermelho, expulsando-o de quadra.
As reclamações se avolumavam. À despeito disso,
o time da UFC partiu para o tudo ou nada, lançando mão do goleiro-linha, com o
atleta Vicente fazendo essa função. O passe ganhou mais velocidade e a equipe
da casa a superioridade numérica de mais um jogador na linha. A estratégia do
treinador Wildner deu certo: aos 14min40seg, ao receber um passe de Adison, o
atleta Juninho, capitão da equipe, em posição frontal ao gol, empatou a partida
com um forte chute de perna canhota.
Juninho empatou a partida em 2 a 2 |
A UFC buscava definir a partida no tempo
normal. Do outro lado a Unifor dava claro sinal de que iria segurar para levar
o jogo para a prorrogação. Numa das chances, tiro livre sem barreira, pois a
Unifor já havia estourado o limite das cinco faltas cumulativas, Adison
carimbou a trave dos oponentes. O time da casa pressionava, enquanto os
visitantes se defendiam e em um ou outro contra-ataque tentavam desempatar o
placar, que continuou inalterado até o final do tempo normal.
A partida, então, foi para a prorrogação de
dois tempos de cinco minutos. A UFC manteve a pressão e dominou as ações. Vez
por outra a Unifor tentava encaixar um contra-ataque. Com uma boa marcação e
aplicação em quadra, os atletas da UFC frustraram a estratégia dos oponentes.
Findado os primeiros cinco minutos, as duas equipes “viraram direto” e deram
início ao segundo tempo da prorrogação. A UFC continuava com mais domínio da
bola e ameaçando o gol adversário, mas não conseguia marcar. Adison, numa das
oportunidades, carimbou a trave da Unifor.
A prorrogação
terminou sem alteração no marcador. Partiu-se, então, para cobrança de quatro
penalidades máximas para cada equipe, alternadamente. O primeiro a cobrar foi
Breno, da UFC, que chutou rasteiro, no canto direito do goleiro, porém a bola
foi para fora. Na sequência, brilhou o goleiro Thyago, que defendeu o chute do
atleta da Unifor. O segundo a cobrar a penalidade foi Vicente, que converteu. No
segundo pênalti para a Unifor, Thyago mostrou que além de bom preparo, tem
sorte: o atleta da Unifor carimbou a trave. O terceiro pênalti para a UFC
poderia definir o título, caso fosse convertido. Coube a Adison a incumbência
de cobrá-lo. Título e festa.
Jogadores comemoram após gol que sacramentou a conquista |
Após o jogo,
o treinador Wildner cumprimentou seus comandados e lembrou que agora o grupo
tem a responsabilidade de representar o Ceará na competição nacional. “Estamos
na primeira divisão, na elite do futsal brasileiro universitário e de maneira
geral, que vocês acreditem em vocês mesmo assim como nós acreditamos”, disse.
Falando em nome do grupo, o capitão Juninho ressaltou a perseverança da
comissão técnica. “Estávamos perseguindo esse título há tempos, levamos muita
pancada nesse tempo, mas agora mostramos nosso valor, agradeço à comissão
técnica a perseverança e por ter continuado acreditando e trabalhando”.
Emocionado,
Clovandi Costa não conseguiu concluir sua fala aos atletas. Parabenizou-os e a
emoção lhe tomou conta. Depois, falou sobre o desempenho do Núcleo de Futebol, que
coordena: “Classificamos agora para o JUBS de futsal masculino, vamos nesse mês
de junho disputar os JUBS de Fut7 em Uberlândia (MG) com as equipes masculina e
feminina, faltou apenas o futebol de campo para fecharmos com chave de ouro,
mas não se pode ganhar tudo”, destacou. O futsal masculino e feminino disputará
o campeonato estadual cearense e o sub-20 de futsal masculino já está disputado
o estadual da categoria.
Jogadores comemoram conquista com Clovandi Costa |
O grupo que
disputou a final foi Thyago Henrique, Jonathas (goleiros), Lindolfo Aragão,
Piero Barbacovi, P.H., Vicente Ferreira, Adison Rodrigues, Juninho, Breno
Cavalcante, Paulo Neto, Pedro Feijó, Jhonas Silva e Rennan Ramalho (suspenso da
partida final por ter recebido o segundo cartão amarelo); Ronaldo Carvalho
(treinador de goleiros); Renan Pessoa (auxiliar) e Rômulo (apoio); Wildner Lins
(treinador); Clovandi Costa (coordenador do Núcleo de Futebol e preparador
físico). Compõem o grupo ainda outros jogadores não relacionados para essa
competição.
Vicente, autor do primeiro gol, não conteve a emoção com a conquista |
Grupo de atletas comemora o título |
Adison (à esqueda) e Juninho (direita), dois dos campeões |
Atletas comemoram o título de campeão |
Vicente (camisa verde) e goleiro Thyago (camisa número 2), campeões estaduais |
Alegria não foi contida na comemoração |
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